terça-feira, novembro 30

Roger, o Deco II

Corria o ano de 1997 quando aterrou em Lisboa um jogador Brasileiro de apenas 20 anos. Pela mão de Toni, que o descobriu num pequeno clube chamado Corinthians Alagoano, Deco trazia na bagagem os mesmos sonhos que muitos compatriotas seus. Em vez de jogar no Benfica, como era suposto, foi emprestado ao Alverca. Fazia sentido. Um jogador jovem a precisar de algum tempo de adaptação, ganharia minutos nas pernas num clube mais pequeno. O retorno à casa-mãe seria rápido.

Mas não foi. Deco era demasiado caro, e depois de uma passagem breve pelo Salgueiros o seu passe foi adquirido pelo F.C. Porto com os resultados que se conhecem.

Não foi imediato o sucesso de Deco nas Antas. Os primeiros anos revelaram inconstância de produção e arreliadoras lesões. E as vitórias demoraram a surgir. Mas o potencial estava lá. Hoje em dia não é preciso ser Astrólogo para verificar isso mesmo.

Roger chega no ano 2000. É jovem como Deco (22 anos). É Brasileiro. Tem sonhos. E vem jogar para o Benfica. Mas distingue-se pelo valor do passe, adquirido na totalidade pelo Sport Lisboa e Benfica: 1 Milhão e Meio de contos. €7.5 M, na moeda actual.

As coisas não correm bem e Roger é emprestado em 2001 ao Fluminense. O rapaz é jovem. Precisa de ganhar maturidade. Quando voltar vai dar rendimento. Voltou. Jogou pouco. Fez grandes golos. Mas era inconstante, e dava-se mal com o treinador. Voltou a ser emprestado.

Existem vários tipos de conjuntura astrológica para jogadores de futebol. Temos aqueles jogadores que fazem uma boa época e desaparecem, reaparecendo 2 épocas mais tarde e eclipsando-se novamente nas seguintes. Outros fazem 2 ou 3 ao melhor nivel. Mas muito poucos conseguem manter um rendimento elevado e constante durante 4, 5 ou mesmo 6 épocas. Deco é um deles. Desde há 3 temporadas que espalha classe, pujança física e ambição conquistadora. Não irá ficar-se por aqui. Mas andou a “penar” alguns anos antes de se afirmar.

Usando uma expressão popularizada por Paulo Futre, Roger vai “explodir”. Fez a sua travessia no deserto nos ultimos 4 anos. Conheceu novas estruturas de trabalho, moldou o carácter, e afinou a ambição. Do ponto de vista técnico todos lhe reconhecem o talento. Mas é fisica e mentalmente que o salto será maior. No fundo, Roger está pronto para “produzir” futebol, continuadamente durante 4, 5, 6 èpocas, integrando-se numa estrutura que lhe potencie as capacidades individuais. Este é o resultado do meu estudo astrològico.

No trabalho de análise astrológica à conjuntura de jogadores de futebol, muitas vezes dou comigo com dúvidas: “Ele tem aqui aspectos astrológicos engraçados, mas tem outros que não me agradam nada. Então em que é que ficamos?”. A baralhação é enorme e, se me perguntam a minha opinião, não consigo dar uma resposta limpa e directa. No caso de Roger tal não acontece. Mesmo trabalhando sem a hora de nascimento do jogador (para fazer o mapa astrológico de alguém é necessario saber dia, mês, ano, cidade e hora de nascimento), o que me retira cerca de 20% da informação total de aspectos astrológicos presentes no mapa Astrològico, do que resta (80%), tenho um conjunto de indicações que não enganam: O Benfica prepara jogadores para que outros os aproveitem, e ainda consegue perder dinheiro no processo.

Porque parece que, não só o jogador não quer voltar, como o Benfica não faz questão de o ter de volta. As contas são fàceis de se fazer: €7.5 M do passe, mais €5 M em ordenados. O contrato dura mais 2 épocas. Nem isso, por esta altura. Alguem perguntou como se constróem passivos? Já aconteceu com Deco, mas podiamos lembrar-nos de outros exemplos: Edilson, Mostovoi, Stanic. Sò pode ser sina. Andar permanentemente em busca do N.º 10 ideal e tê-lo sempre dentro de portas. Falta sempre sò um bocadinho assiiiiim.