Os pecados de Bento

Ok, confesso. Estava à espera desta oportunidade para "arrear" em Paulo Bento. Mas não levem a mal, é por uma boa causa.

Os erros do treinador do Sporting já vinham de trás, e os resultados razoáveis, aliados à paciência readquirida pelos sócios lagartos após a "era Peseiro", foram disfarçando equívocos de casting. O jogo desta noite foi só o culminar do inevitável, pois até no futebol há coisas que precisam de acontecer para que se percebam incoerências.

O Sporting tem 3 pontas de lança de qualidade. Liedson é o titular, Deivid o suplente "quase" titular. E Pinilla devia ser sempre um suplente de 1ª água. Mesmo que só jogue com um ponta de lança, é preciso ter outro no banco. Se algum se lesiona, há sempre uma 3ª opção.

A saída de Pinilla coloca em cheque esta equação matemática de váriaveis simples. No jogo com o Estrela Deivid não pôde dar o seu contributo e Pinilla não foi convocado porque está de malas aviadas. Logo, o Sporting não tinha um ponta de lança no banco, num jogo em que era mais do que previsivel a possibilidade de ter de jogar com 2 pontas de lança se as coisas não corressem bem de inicio. Como aconteceu...

Deixar saír Pinilla neste momento, e apesar da melhoria (astrológica) que se adivinha a partir de Janeiro de várias pedras ofensivas dos Leões (nas quais inclúo Wender) não pode deixar de ser uma decisão errada, tal como foi a do Benfica ao deixar saír Roger, e apesar de ter conquistado o campeonato 2004/05 sem ele. Uma coisa não tem que ver com outra. Pinilla está quase quase quase a tornar-se um jogador útil e eficiente, alavancado por uma melhoria conjuntural astrológica apreciável. Há erros que saltam à vista, mesmo quando os resultados e as exibições se vão salvando, e cá estaremos para assistir ás exibições e progressão de Pinilla em Santander.

Depois temos Tello, tambem ele a revelar melhorias astrológicas a partir de Janeiro. Mas tambem Edson revela essas melhorias (e isso não invalida que o seu potencial para lesões não volte a revelar-se). Em jogos como o de hoje, um jogador como Edson, com o seu pé canhão, seria capaz de resolver muito problema. Mas continua a ser ostracizado por Paulo Bento, enquanto Tello vai colecionando exibições miseráveis, como a de hoje, e com Paíto no banco a fazer figura de corpo presente. Sobra André Marques, um jovem que, apesar de algumas boas indicações, não passa de uma promessa, sem capacidade e experiência para fazer a diferença ofensiva que o Sporting precisará em jogos como o que hoje se jogou entre Sporting e Estrela da Amadora.

Paulo Bento disse na conferência de imprensa de rescaldo da partida com o Estrela que a eficácia ofensiva da sua equipa foi nula. Mas essa falta de eficácia foi alimentada por ele ao não escolher os mais aptos para cada lugar. Pode ir ganhando uma equipa, mas vai perdendo pontos de forma imperdoável. As contas fazem-se no fim, e então se verá a falta que estes 3 pontos farão.
Resta a consolação da certeza de que tambem a conjuntura astrológica de Bento sofrerá melhorias em breve. Fraca consolação para quem deixou fugir 3 pontos a jogar em casa contra o ultimo classificado da liga.