terça-feira, março 11

Hoje, Excelência

Como uma formiguinha que trabalha na sombra, com chuva e vento pelas costas, o FCP de Pinto da Costa colhe, à distância de 3 temporadas, a sementeira que efectuou debaixo dos tiros de canhão de amigos e inimigos.
Foi no defeso de 2004, numa temporada que se viria a revelar mortifera para Victor Fernandez e José Couceiro, que chegaram ao Dragão Raul Meireles, Quaresma e Pepe, aos quais se juntariam no defeso de 2005 Lisandro, Lucho, Hélton, Assunção, Anderson e Bruno Alves.
Em um ano apenas, o que mediou entre a partida de Mourinho e a indigitação de Co Adriaanse, Pinto da Costa construiu a estrutura que até agora lhe deu 3 campeonatos e 60 milhões de Euros com as vendas de Pepe e Anderson.
Numa altura em que os responsáveis de Sporting e Benfica deitam mãos à cabeça a pensar no que falhou, deitar o olho para a planificação portista é o melhor conselho que se lhes pode dar.
Contruír a médio/longo prazo incrementa as hipóteses de sucesso, independentemente do que conjunturas de curto prazo possam trazer. O problema é que, depois de tantos cartuchos gastos, o pavio das massas adeptas da segunda circular ameaça não dar mais uma oportunidade a quem já perdeu tantas de aprender a lição.
Continuar a justificar insucessos com o sistema arbitral é chão que deu uvas. Agora que os orçamentos são curtos e as janelas de oportunidade cada vez mais estreitas, a moral da história futura é que fazer o melhor possível não chega.
Nunca chegou para quem pretenda estar acima da mediania e não chegará para quem quiser fazer frente a um dos melhores dirigentes de futebol que o mundo já viu.
Num país em que o mérito sofreu um ataque sem precedentes nos ultimos anos, o futebol continua a ser-lhe fiel. Os melhores jogadores fazem as melhores equipas, e não há cunha que salve nem o filho do dono. No futebol o algodão não engana, porque os resultados, tarde ou cedo, deixam pouca margem para manipulações ou maquilhagens de ultima hora.
Na segunda circular precisa-se de rasgo, talento, ousadia e, mais do que tudo, de excelência. O futuro começa a construír-se...
Hoje.