Entre o bem e o melhor possivel
José Peseiro: 12 pontos alcançados como treinador do Sporting nas 7 primeiras jornadas da temporada 2005/06.
Paulo Bento: 12 pontos alcançados como treinador do Sporting nas 7 primeiras jornadas em que comandou a equipa.
Avaliação de desempenho:
José Peseiro: catastrófico a roçar o cataclismico.
Paulo Bento: altamente promissor.
Esta irónica abordagem ao modo de avaliação do desempenho destes treinadores não impede que se renovem as indicações de melhoria da conjuntura astrológica de Paulo Bento para breve. Mas quem disse que o mesmo não aconteceria com Peseiro?
Na verdade, e indo directo ao busílis da questão, os resultados alcançados por um treinador estão dependentes da forma (e conjuntura astrológica) dos jogadores integrantes do plantel. Não espanta por isso que a melhor fase de Bento venha acompanhada da melhor fase astrológica dos jogadores do plantel leonino. Pela parte que me toca não me parece ser demais reafirmar a insensatez das dispensas de Edson e Pinilla. Melhor do que fazer bem é fazer o melhor possivel, e um treinador é, sobretudo, um gestor de recursos. Não antevêr o potencial evolutivo-temporal de parte desses recursos não pode, por isso, deixar de ser considerado um trabalho deficiente.
O que Bento está a fazer é o inverso do que Queiroz quis fazer quando treinou o Real Madrid. O homem sabia que lhe faltavam recursos, apesar da enorme qualidade do 11 base, e exigiu-os a Perez. Por ridiculo que a ideia soe, Queiroz explorou até ao tutano o potencial do seu plantel e detectou-lhe com exactidão as lacunas, embora o Presidente do clube tenha feito orelhas moucas aos seus pedidos. Paulo Bento anda a nadar em abundância (conjuntural astrológica) e decidiu esbanjar recursos. Mesmo sem saber que jogadores virão em Janeiro substituir os que agora saem, não pode deixar de se ter em consideração a premente necessidade de dar tempo de adaptação a novos jogadores. Raros são os casos de atletas que vingam de imediato e sem dificuldades.
Entre jogar na estabilizaçao do grupo e seu relativo estado de estruturação, ou apostar na roleta russa das contratações de inverno, com os devidos encargos financeiros, Bento preferiu a segunda via. Cada treinador sua sentença, dirá ele, o que vai de encontro à factualidade de não ter sido Bento a apostar nos jogadores agora de saída. Mas até aqui se encontram resquicios poluentes e degradantes da cada vez mais "maxima" mania ciclica de mudança no comando técnico de equipas de futebol. Às vezes é preciso dar um passo atrás para dar, mais tarde, dois á frente. Mas outras há em que não é preciso dar passos atrás. Basta não querer dar passos maiores que a perna.
1 Comments:
Essa abordagem só pode ser irónica. Esqueceste-te do ponto de partida de um e do outro.
Em todo o caso, gosto dos teus textos - não conhecia trabalhos nesta área e acho que têm bastante piada/interesse.
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