Deus, Pátria, Familia
Existe um certo tipo de pessoa que se caracteriza por uma incessante incapacidade de dar o braço a torcer. O Português tipo pertence a este género de fauna social e eu, como ser que se quer integrado no sistema, não posso deixar de possuír uns pózinhos desta caracteristica. Daí que, conhecedor da maleita que ataca sem deixar rasto, me mantenha alerta aos primeiros sinais de erupção.
Ora, estais a par da minha previsão de Co Adriaanse para a temporada que ainda vigora. Dessa previsão constam indicadores de possiveis discussões de, e com, Adriaanse, e de uma possivel rescisão de contrato por volta de finais de Abril/Maio 2006 (que, podendo não se concretizar, deveria, ao menos, ser aventada com alguma insistência).
Depois das vitórias das ultimas semanas, e do clima de consagração que envolve Co, talvez fosse o momento de eu guardar a viola no saco, encolher os ombros, e procurar o que é que falhou (relativamente ao não aventar da possibilidade de rescisão, pois que, relativamente à vitória no campeonato foi uma hipótese que sempre deixei em aberto). Mas eu sou Português. E enquanto Maio não acabar estou cá para dar o corpo às balas.
Na realidade, não existe uma contradição insanável entre a vitória no campeonato (hipótese aventada na previsão de inicio de temporada de Mestre Co), o momento de consagração que vive nesta fase, e discussões fortes de Co Adriaanse tendentes a, eventualmente, configurar a vontade do Holandês de dar à soleta.
Decifrado o enigma que existia há algumas semanas a esta parte dos indicadores planetários apontadores de um estado emocional depressivo (que se consubstanciaram no falecimento dos pais do treinador Portista, exactamente na semana seguinte à vitória em Alvalade), que baralharam (e de que maneira) a análise astrológica ao jogo do titulo, não quero mandar fora o bébé com a água do banho: os indicadores planetários "funcionaram", embora não tendo origem em dificuldades profissionais, e sim num infortúnio familiar terrível. E se esses funcionaram, porque não hão-de estes "funcionar" tambem?
Olhando para o "historial" de Adriaanse durante esta temporada que caminha para o seu final constata-se que o homem deve estar pelos cabelos com os críticos que o massacraram meses a fio. Sejam eles jornalistas, sejam eles adeptos, esta configuração planetária que está já activa (e que continuará activa durante mais umas boas semanas) pode querer indicar o momento em que Adriaanse se "passa" dos cornos (isto não é nenhuma indirecta) com esses críticos e os manda todos sugar as partes de um elefante adulto da floresta da Zambésia.
Claro que pode acontecer o inverso: Adriaanse não se passa com ninguem, "engole" (no AstroCosmo não mandamos indirectas) a raiva, e somatiza essa energia, podendo ter como efeito exterior um acidente (de viação ou não) ou a manifestação de algum problema de saúde (isola!).
Mas como já chega de problemas pessoais, e nós aqui só desejamos coisas boas aos profissionais da bola, acreditamos que tenha a ver com a tal possibilidade de se querer raspar para outras paragens, quiçá regressar a casa, e deixar a Pátria Azul entregue ao Deus dará (?????).
Há umas semanas, aquando da realização da análise ao jogo do titulo, mencionámos que o jogo do FCP com o Guimarães apontava para alguns indicadores planetários menos positivos do treinador Portista. Num momento em que o titulo está no papo, pergunto-me quais poderão ser as consequências de um resultado ou de uma exibiçao (ou ambas) menos conseguidas. À priori já nada pode "tocar" a aura de Adriaanse. Mas neste País vivem Portugueses. E tal como eu, há por aí muita gente que prefere enfiar o pé num balde de merda a estar errado.
2 Comments:
Eu rejo-me pelo ano campeonatal, para as contas darem certas. Li o teu post, mas a boca nao é para ti. É para os Portistas.
Já leste o post do boloposte sobre as odds da betandwin para o FCP-Guimaraes? Das duas uma: ou leram o astrocosmo ou os tipos têm astrobruxo proprio. Strrrrange things are going on.
30-10
Desabafo.
Ser-se sensível, hoje em dia, é ser-se quase proscrito.
Ser-se sensível e analisar o que nos rodeia de forma menos palpável e objectiva mas, porque não mais real (?) é quase um atentado à pretensa inteligência humana.
Afirmar-se a sensação do vento perante as contas x, y, z, do que nos fornece a energia eólica, é, no mínimo, ser-se louco.
Preferir uma casinha personalizada ao casarão de família ( do tipo, porque tem de ser), não cabe na cabeça de ninguém.
Gastar o pobre pecúlio de um ano inteiro numa viagem que nos alargue horizontes, é um atentado à sensatez das contas-poupança-reforma que não nos darão, por isso, mais dignidade na velhice.
É tudo uma questão de sensibilidade.
A sensibilidade não cabe, já, parece, ou pouco, na mentalidade desta nação que, orgulhosamente, é (isso é verdade) parte de uma Europa que se quer unida.
Estamos muito à frente - diz-se. Alcançámos padrões competitivos, chegámos ao nível de... estamos quase a batermo-nos com...
Ou seja, estamos sempre a correr atrás de. Mas estamos lá. Ainda que importemos modelos estapafúrdios de realidades que nunca serão as nossas.
O problema é que... enquanto corremos para fora, não paramos por dentro. Não num sentido de estagnação mas de paz.
Como se tivéssemos de nos pautar, sempre, pela identidade alheia, "prostituindo" a nossa.
A questão é: teremos nós, portugueses, consciência de identidade? Ou melhor, ainda que a tendo: teremos coragem e capacidade de a assumir? Pelos vistos, não.
Nunca fomos bons gestores. Nem com todo o ouro do Brasil.
Talvez tivessem sido necessários muitos mais tempos de especiarias para temperarmos esta nossa vidinha que, diga-se, é muito sensaborona.
Umas "torturazinhas" de sal e pimenta não nos teriam feito mal. Ter-nos-iam dado, certamente, mais "pêlo na venta".
Num país em que, frequentemente, se "dourou a pílula", imagino, a sorrir, que somos, individualmente, pílulazinhas semi-douradas, de pechisbeque, que procuram a sua "promoção" a pílulas em banho de ouro, numa corrida grupal, em regime de carneirada, para um objectivo, sem se saber bem qual é. O que importa é correr e todos, sem excepção, para o mesmo lado!
Podemos estar integrados em tudo o que for. Mas, na minha opinião, não estamos integrados em nada. Integra-se quem pensa pela sua própria cabeça, se assim o sentir ou decidir. Haverá espaço, neste país, para os livre-pensadores? Acredito que sim mas... bem longe, lá na serra ou na planície, onde ninguém os ouça!
Somos, ainda hoje, herdeiros, da ditadura. Nem que seja de mentalidades.
Mas não podemos justificar a nossa frequente tacanhez de pensamente com um passado mais ou menos longínquo.
Assim como não podemos justificar o nosso valor como povo, recorrendo à desgastadíssima imagem dos intrépidos marinheiros de antanho.
Mas acontece...
E entre o passado, dito glorioso, e o futuro, dito promissor, onde fica o presente?
No marasmo. E, sobretudo, numa ofensiva "caça às bruxas pensantes e sensíveis". Porque quem sente amedronta. E muito mais quem sente e pensa.
Vivamos então, "Lídia, à beira-rio....", dourando a pílula nesta ditadura pretensa, falsa e ocamente democrática.
E sejamos felizes...
Enviar um comentário
<< Home