A mão que balança o copo
Quem decide se uma contratação é boa ou não? Quem tem a ultima palavra, que dúvidas totais dissipam? Quem faz o balanço e decide se o copo está para cima ou para baixo de meio quando, findada uma relação laboral entre um jogador e um clube, se fazem contas ao deve e ao haver?
Corria o ano de 2001 e o Sporting lançou mão de Jardel. Eu era então um astrologo que tentava subir a escada da produtividade, procurando ser o mais preciso possível nas minhas indicações qualitativo-temporais da produtividade dos atletas. Estava verdinho, é um facto, ou melhor, mais verdinho do que estou hoje em dia. Olhei de esguelha para o mapa de Mário Jardel e lancei a frase ao meu primo (o famoso): "epa isto vai ser um flop do caraças, que o gajo tem ali uns indicadores de derrota e descida de produtividade".
Um tipo de afirmação generalista deste género, sem indicar com precisão quando tais efeitos exteriores se viriam a produzir, pode acabar prematuramente com a carreira de alguem que pretende ter a veleidade de conseguir projectar condições de rendimento de jogadores de futebol.
Mas, tambem por ter sido proferida quando o foi, numa altura em que os meus conhecimentos de análise geral eram os únicos de que dispunha em contraponto aos fundamentais conhecimentos de analíse especifico-temporal*, deixando de lado a possibilidade de distinguir exactamente em que época se produziriam os factos relativos à previsão, a mea culpa tem de vir associada a um factor de exclusão de responsabilidade: a ignorância é a mãe de todos os erros, embora vos digam o contrário em qualquer tribunal que pisem.
Como é certo e sabido, a primeira temporada de Jardel em Alvalade foi magnifica. Golos a jorro, campeonato e taça de Portugal no bolso. Um sucesso tremendo.
A segunda temporada em Alvalade marcou o inicio do fim da carreira ao mais alto nível do mais extraordinário numero 9 que vi jogar em Portugal. Por entre imensas tropelias, o Sporting acabou por ter de se ver livre do jogador, vendendo ao desbarato o passe de um jogador que havia custado 6 milhões de euros um ano e picos antes.
Quem decide, peremptoriamente, se valeu a pena ter trazido jardel? Bom, eu não sou concerteza, e sei disso. Hoje sei-o bem. O meu trabalho resume-se a descrever condições conjunturais, e a procurar o meu balanço, nunca a julgá-las.
Mas, independentemente de em 2001 não estar preparado para efectuar uma análise mais precisa, a lição que me ficou, até porque o meu primo jamais me deixa esquecer essa previsão, é que os balanços são tantos quantas as cabeças que os procuram fazer.
* Os conhecimentos de analíse especifico-temporal continuam a ser um dos grandes problemas que se me deparam no trabalho que procuro efectuar. O óbice do desconhecimento da hora torna-se, a mais das vezes, inultrapassável, impedindo projecções mais fiáveis, ao que se juntam, como é evidente, os casos de azelhice e ignorância do astrologo. O caso de jardel é daqueles em que o desconhecimento da hora não atrapalhava nada.Mas como é costume dizer-se, à segunda-feira toda a gente acerta no totobola.
Etiquetas: Jardel
4 Comments:
Lá na astrologia não me meto, que não gosto de meter foice em seara alheia, agora essa do Jardel ter sido o melhor nº9 a actuar em Portugal, é verdade que demonstra a sua juventude. Já eu, nunca esquecerei o extraordinário Yazalde, que tinha uma outra dimensão. Em vários sentidos.
P.S.- Claro que não me cabe referir o Eusébio. Esse é lá com os lampiões quue todos os dias choram para voltar a ter um.
Não tive o prazer de ver jogar Yazalde. Repara que eu digo o melhor numero 9 "que eu vi", seja pelos jogadores que nao vi, seja por outras opiniões distintas, mas tao valorosas, quanto a minha. É apenas um gosto pessoal.
Quanto a Eusébio, era mais um 10 pelo que oiço dizer, porque tambem nunca o vi jogar sem ser nos resumos dos golos que marcou, mas se calhar estou enganado e era daqueles jogadores que conseguem ser 9 e 10 ao mesmo tempo.
Era mesmo um nº10 (o 9 era o Torres), embora nessa altura a linha avançada fosse constituida por 5 elementos. Era um futebol muito diferente. Hoje, estás a ver um nº 10 a ser o melhor marcador de uma equipa em várias épocas seguidas?
Agora outra coisa. Aí está a resposta que dei lá no blog das cervejas:
Meu caro Galvao99, O Delidelux é uma mercearia gourmet/bar que fica nuns barracões mesmo em frente à entrada da estação de Sta. Apolónia com esplanada para o rio. Muito agradável.
Tem uma razoável quantidade de cervejas (e de muitos outros produtos) embora sejam mais caras que no Corte Inglês. O problema é que o Corte Inglês de Lisboa, raramente tem as Rochefort - a ultima vez foi quando fizeram a feira gourmet da Europa há uns 2 meses e nessa altura as Rochefort 10 custavam 2,10€ enquanto no Delidelux chegam a cuustar à volta de 4€. Agora, estou à espera que seja a habitual feira da cerveja que o Corte Inglês costuma fazer no Verão.
Quanto á comida para a Karmeliet, acho tão boa que me parece que vai bem com tudo. Mas talvez, dada a leveza e a carbonatação elevada em relação ao tipo de cerveja, vá melhor com peixe ou marisco.
Abraço
Bom, então convem nao perder a feira para comprar para reserva,e o Delidelux para ir matando o vicio e desfrutando da vista. Obrigado pelas dicas. Vao me ser muito uteis.
Abraço
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