Hasta la vista

E pronto. A minha época 2004/05 deu o berro. Com algumas previsões pendentes devido á extensão de temporalidade que lhes dei, vou fazer o balanço do “meu” deve e haver. Sigam-me, mas deixem-me acabar antes de começarem o aviamento público.

As banhadas do pior Astrólogo do milénio

4º lugar: “PC, poeta de contratações” – Data: 11.1.2005

“Duas épocas e meia de futebol de alto nivel. De energia positiva. De explosão direcionada. De espirito conquistador. De ambição. E de capacidade de concretização. È isto o que, a conjuntura dos seus próximos dois anos e meio, indicam.”

Estas geniais palavras referiam-se a Léo Lima, que pouco jogou, nos meses em que esteve nas Antas. Percebo onde posso ter falhado, a nível de técnica-astrológica (com a variante-hora, a ajudar), mas ainda assim esperava que tivesse rendido mais (para terem uma ideia, nasceu exactamente no mesmo dia de Victor Valdéz, guarda redes do Barça, que fez uma belissima época). É um jogador a quem continúo a atribuír uma boa margem de progressão (a previsão é para 2 anos e meio), mas não deixa de ser uma previsão falhada para o período referente a este final de época. Mea culpa.

3º lugar: “Viró disco, tócó mesmo” – Data: 12.1.2005

“O que ficou escrito sobre Leo Lima, reafirma-se na totalidade em relação a Claudio Pitbull.”

No dia seguinte á previsão do Léo Lima, escrevi mais esta preciosidade. Isto ás vezes um gajo mais valia tomar a pilula da mudez. Eu podia argumentar que um Astrólogo tambem tem conjuntura, mas vocês ainda me iam dar mais pontapés no cú. Não tenho mais nada acrescentar, a não ser que o Pitbull demorará mais a afirmar-se do que o Léo Lima, e que as oportunidades que lhe foram concedidas, tanto a ele como a Léo Lima, para jogarem, foram ridiculas. Couceiro colocou-o a jogar na partida de maior pressão da segunda metade da época do FCP, tirou-o ao intervalo, e criou o bode expiatório para a derrota. Se até aí pouco tinha jogado (entrava como suplente nos momentos do desespero), a partir dessa data nem mais um minuto lhe foi concedido. A Léo Lima aconteceu-lhe quase o mesmo.

2º lugar: “Os divórcios de Sócrates” – Data: 14.2.2005

“Com muito poucas possibilidades de conseguir uma maioria absoluta, o que, aliás, se confirma pelos aspectos astrológicos rápidos para a noite das eleições, e que indicam um estado mental mais reservado e deprimido do que se podia esperar de um vencedor...”

E não é que ganhou mesmo com maioria absoluta? Um exemplo de como não se fazer uma previsão, usando um mapa sem hora, e os respectivos aspectos astrológicos rápidos, para tirar uma conclusão de tamanha limpidez. Não é a primeira vez que caio no erro de usar os aspectos rápidos, esquecendo os de médio e longo prazo. A falta de distanciamento turva a mente. De resto, mantenho o que disse (“No fundo, são meses (sobretudo até finais de 2005) de potenciais rupturas, quando aquilo que se pretenderia era estabilidade e coesão para o País. Vai sentir na pele o que Santana sentiu durante estes meses, lançado ás feras sob uma chuva ácida de descontentamento generalizado, num país onde todos ralham e ninguem tem razão.”), mas isso são contas a acertar lá mais para a frente.

1º lugar: “Balancetes” – Data: 6.2.2005

“Quanto a treinadores, que é disso que todos querem saber, a troca de Fernandez por Couceiro é extremamente positiva para o FCP. Pensei que Pinto da Costa estaria a apostar tudo nas próximas épocas, já que os ultimos meses desta se revelavam astrológicamente complicados para o Espanhol, mas perante tanta mordomia dos rivais PC vislumbrou que o Titulo era possivel. Com Couceiro as possibilidades do FCP ganhar o campeonato aumentam exponêncialmente.”

O vencedor, por unanimidade e aclamação. A mais brilhante pérola astrológica da minha época, com lugar guardado na parede com maior visibilidade do meu “Bunker”. Continuo a achar que a troca com Fernandéz foi positiva, mas não poderia dizer que se tratava de um treinador com uma conjuntura astrológica marcadamente vencedora.
Não me importo nada de errar por ignorância. Um gajo pode sempre utilizar o erro para procurar melhorar. Mas errar por puro desleixo e paragem cerebral deixa-me fora do sério.
Se nos casos do Léo Lima e do Pitbull as indicações de técnica astrológica não me permitiam fazer muito melhor, no caso de Couceiro elas só não me entraram pelos olhos a dentro porque os tinha bem fechados. Raios me partam. É que até a rescisão do contrato no final de época lá estava expressa em aspectos astrológicos por mim vistos e revistos.
Mais não posso fazer do que pedir desculpa ao publico em particular e a vocês em geral, e oferecer-me para uma sessão pública de punição a chicote e a tomate putrefacto. Tragam as vossas familias e libertem-se do stress acumulado.


“Epa, tu és o maior Astrólogo do mundo; anda cá que eu quero fazer-te um Felatio”
(E é já)

6º lugar: “Eles mentem” – Data: 10.4.2005


“Porque Figo, apesar do penoso final de época que tem feito e fará... A vida é isto, e a Figo só resta terminar a época sem sofrer lesões, e aguentar a crise e frustração.”

Situando o artigo no tempo, foi escrito no dia do Real Madrid-Barcelona, já com conhecimento de que Figo iria ficar no banco (a 1ª vez que isso aconteceu), mas não se supondo que essa situação se manteria até ao final da época. Posteriomente escrevi um outro artigo a analisar a conjuntura astrológica do jogador Português para a próxima época, mas ainda decorre a fase negra, prevendo (astrológicamente) uma verdadeira batalha psicológica, com términus marcado para meados de Agosto, altura em que o céu fica limpo para Figo. É, ainda assim, um caso de análise astrológica facilitada, pois possúo a hora de nascimento do jogador.

5º lugar: “Balancetes” – Data: 6.2.2005

“Nuno Assis é, do ponto de vista planetário, uma boa contratação para o SLB. André Luiz tem tanto de positivo como de negativo, pelo que me abstenho de dar qualquer opinião sobre ele. Delibasic não me convence…”
“Acontece que é no meio campo que a equipa irá ter mais problemas, com Custódio, Carlos Martins e Hugo Viana a terem uma certa tendência para descerem de produção, sem que existam alternativas á altura…”
“De qualquer forma é preciso não esquecer a conjuntura de Peseiro. Já desde há meses que tento descobrir a hora de nascimento do treinador do SCP e, apesar das várias promessas de ajuda que tive, continuo á mingua. Dos aspectos planetários á minha disposição, salta á vista um posicionamento indicador de diminuíção de apoios por parte da direção e/ou dos torcedores do clube; um outro indicador de incremento de inimizades e de impopularidade; e um outro revelador de oportunidades unicas. Contraditório, não é? O balancete parece-me negativo...”

Enquadrando o artigo no tempo, de referir que Delibasic havia chegado há pouco ao clube, e que Custódio, Carlos Martins e Hugo Viana tinham constituído (e continuavam a constituír, á data da redação do artigo), com Rochemback, o meio-campo maravilha que propiciou a excelente recuperação do SCP.
De Peseiro voltarei a falar mais adiante, mas aqui tracei o quadro geral para os últimos meses da época, e que viria a revelar-se acertado.

4º lugar: “O código D´ Mantorras” – Data: 30.11.2004

“Da minha análise astrológica resulta o seguinte: é fabulosamente difícil a fase que o jogador tem atravessado, e continua a atravessar. Mas o “menino” vai voltar. Mais forte e mais capaz do que nunca. È imperioso saber esperar. Ele, o presidente, os benfiquistas. O período temporal em que isso sucederá não o consigo determinar com exactidão, até porque não possuo a hora de nascimento do jogador. Mas não andarei muito longe da verdade se apontar para o regresso pleno, e em excelente nivel, por volta de Janeiro de 2006. Um regresso em grande, de uma pessoa de cabeça limpa. Corpo são em mente sã. É assim que diz, não é? Não quero com isto significar que o jogador apenas estará totalmente recuperado a nível fisico em Janeiro de 2006. Quero dizer que é a partir desse momento que o Mantorras por quem todos aguardam há já algumas épocas irá pôr em prática o seu enormíssimo potencial futebolístico. A popularidade será, então, maior que nunca. Mantorras é mais do que um jogador de futebol. È um exemplo de vida para todos que, tal como ele, comeram o pão que o diabo amassou. E que, como ele se reerguerá, se levantaram da lama em busca da vida. Não contra tudo e contra todos. Mas com tudo e com todos. O tempo que levamos a perceber isso é o tempo que demoramos a descodificar o código do nosso Santo Graal. Estamos á espera, Mantorras. E não temos pressa. Porque vai valer a pena.”

Pode parecer-vos estranho que uma previsão, que aponta Janeiro de 2006 como o momento alto do regresso de um jogador que regressou uns 9 ou 10 meses antes, possa ser considerada como uma boa previsão. Mas no momento em que o artigo foi escrito (foi publicado no blog em 30 Novembro 2004, mas foi escrito em Setembro, pouco depois do jogador sofrer nova intervenção cirurgica ao joelho) era ponto assente para a generalidade da opinião publica e do próprio mundo futebolistico que Mantorras não voltaria a jogar futebol ao mais alto nível.
Voltou, embora a tempo parcial. E sem pressas. Uns minutos de cada vez. Ou seja, ainda não está pronto, mas já gatinha.

De resto, e como enfatizei no artigo original, o desconhecimento da hora de nascimento pode criar estes lapsos temporais, nomeadamente quando relativos a questões tão delicadas como a da recuperação de uma tão grave lesão. Com as limitações fisicas que todos conhecem, ainda foi a tempo de dar o seu contributo ao titulo nacional desta época.

3º lugar: “É um quarto por fávióri” – Data: 16.12.2004

“Garcia Remon não tem grandes hipóteses astrológicas. É daqueles casos lineares em que a agonia e a angústia (lembram-se do Del Neri?) aumentam paulatina e irremediávelmente, até á estocada final. Dolorosa e solitária.E porquê? Na verdade, é tudo uma questão emocional. Que se traduz na incapacidade de lidar com quem realmente manda. O poder. Infelizmente, esta é a conjuntura de Rémon para 2005.”

Não foram precisas mais do que algumas semanas para que Florentino Perez me desse razão, despedindo Garcia Rémon, que saiu pela porta do cavalo, nunca mais se ouvindo falar dele. Sem espinhas.

2º lugar: “Os galos empoleirados” – Data: 2.1.2005

“...Uma equipa como a do Villareal tem no seu plantel jogadores que já estiveram noutro patamar de estatuto. Forlan, por exemplo, já foi contratação "sensação" do Man United. O mesmo que Riquelme em Barcelona. Ambos apresentam uma conjuntura planetária bastante agradável para as próximas épocas... No Villareal cada qual tem o seu poleiro, e estão em posição de demonstrar que mereciam mais consideração e apreço da parte dos clubes de onde foram recambiados, revalorizando-se aos olhos do mundo futebolistico. Assim se elevam pequenos clubes a ombrear com os grandes colossos: usando as sobras destes, que possuem (verdadeira) margem de progressão. E assim se gerem carreiras com inteligência: as boas conjunturas foram feitas para se demonstrar talento e produtividade, dentro de campo. Deixar correr os tempos de vacas gordas, sentado num banco de suplentes, não é parvoíce: é falta de ambição.”

Riquelme foi considerado, unanimente, como um dos melhores jogadores da edição deste ano da liga Espanhola.
O Villareal ficou no 3º lugar (com entrada directa na ultima pré-eliminatória da Champions), só atrás dos ricos e poderosos Barça e Real Madrid, o que é fabuloso para uma equipa que ainda há pouco militava na 2ª divisão.
Fórlan foi o melhor marcador de Espanha (á frente dos mediáticos E´too e Ronaldo) e venceu, ex-quo com Henry, a Bota de Ouro do futebol Europeu.
Epa, estive bem. É assim, estive!

1º lugar: “Os loucos do cosmo” – Data: 30.4.2005

“O meu Sporting vive dias de glória, com o inconveniente de se vislumbrar um mar de criticas a Peseiro durante a segunda metade do mês de Maio e a primeira parte do mês de junho, já depois do fim de época, portanto, o que me leva a pensar se estas criticas poderão ter repercussões até mesmo na possibilidade de se aventar (o que não significa que se concretize, e muito menos que se deseje, pois a próxima época de Peseiro promete melhorias) a saída de Peseiro do comando técnico do SCP. Os aspectos astrológicos presentes indiciam-no e Peseiro é o ultimo dos treinadores dos 4 primeiros classificados da Superliga a "apanhá-los", com a agravante de serem influências astrais duplamente debilitantes, e de poderem afectar a carreira do SCP tanto na Superliga, como na Taça Uefa.”

A coroa de glória da minha época, tambem pela exactidão milimétrica da previsão, quer na sua substância, quer no timing da sua verificação factual, mas sobretudo pelo momento em que ela foi escrita.
A pressão das expectativas exteriores afectam, e muito, o equilibrio e a capacidade de análise objectiva de alguem que pretende prever conjunturas, provocando uma guerra interna desestabilizadora no Astrólogo. Mas lá está, quem não aguenta a pressão não pode jogar num grande.

No momento em que o artigo foi escrito o SCP estava em grande, no seu melhor momento de toda a época, a praticar o melhor futebol em Portugal, ás portas da final da taça UEFA (ao mesmo tempo que o SLB de Trapatoni caía fulminantemente), e parecia imparável rumo a grandes vitórias.
São momentos como este que depuram os valores e convicções de qualquer profissional e é por eles que aqui ando: procurando melhorar e aprofundar os meus, e respeitando e tentando entender os dos outros.
Agradeço aos de entre vós que me retribuem a gentileza, sobretudo aos que, não percebendo nada de Astrologia, e muito menos “acreditando” nela, me dão o beneficio da dúvida e o prazer de saber que “me” leem.
Quanto aos outros, uma mensagem: tragam as familias e a tomatada, mas deixem tudo limpo quando regressarem casa. Saco de pancada? Sim, mas não vou limpar a porcaria de ninguem. E não, não sou o Queiroz a passar-me por Astrólogo e a escrever de um qualquer Cyber café de Manchester.