segunda-feira, março 26
sábado, março 17
Carta aberta ao Alchy
Boa tarde, Alchy. Como vão as coisas pela Holanda? Ouvi dizer que vão proibir a entrada de estrangeiros nas coffee shops. E eu que queria tanto ir aí...
O Sá Pinto, o curto prazo, o final de época e o que vem depois.
O curto/médio prazo do SCP desta temporada foi sendo dissecado ao longo da época aqui no astroCosmo.
Começámos por torcer o nariz a algumas contratações, primeiro com os casos de Wolfswinkel e Schaars, depois com Sebas, Insua e até Xandão.
Apalpámos terreno, sem perceber muito bem como encaixar o bom final de época conjuntural de uma série de jogadores, casos de Matias, João Pereira, Patrício, Rubio, Rinaudo, Onyewu, Jeffren ou Carrillo, com a sequência evolutiva do plantel para próximas temporadas.
Domingos Paciência tinha uma conjuntura interessante de médio/longo prazo, embora com críses pontuais, e que enquadrei como críses de crescimento, naturais numa equipa que se começou a construir há poucos meses.
A realidade trouxe uma verdade diferente. Domingos foi de bola, despedido da forma já conhecida, e cuja visão pessoal descrevi no post anterior a este.
A estrutura mostrou o caminho à conjuntura, como sempre sucede, pois não há conjuntura que não tenha uma relação intrinsecamente directa com a estrutura onde opera.
O Sporting Clube de Portugal, com a mudança de técnico operada, não feriu de morte a conjuntura de curto/médio prazo. Nestas, os dados estavam já lançados há bastante tempo, e o bom final de temporada apontado em diversos posts não foi colocado em causa.
Hoje creio estarmos a discutir o futuro de longo prazo do Sporting Clube de Portugal com base na vitória frente ao City, um momento cristalizado no espaço temporal, colocando-se em causa todas as convicções sustentadas em factos e conjunturas conhecidos.
A única pergunta que permanece, na minha modesta opinião, diz respeito ao longo prazo desta equipa. O curto/médio prazo, que inclui pouco mais que o resto de temporada 2011/12, foi discutido a seu tempo e não tenho muito para alterar na previsão feita, até que a realidade me mostre estar errado (o que é bastante comum de acontecer).
Em relação ao longo prazo tenho duas convicções, até ver, inabaláveis.
Uma, é conjuntural: com o final de temporada, e as possíveis saídas de Patrício, João Pereira e Matias Fernandez, o plantel fica nitidamente fragilizado conjunturalmente, restando conhecer quais as conjunturas dos jogadores contratados para suprir as suas possiveis saídas.
Outra, estrutural: Não importa que conjuntura possa ter Sá Pinto se a sua estrutura, que conhecemos de há muito, não chegar para cumprir com os designios que procura uma equipa como o SCP, e que passa por vencer campeonatos nacionais ou lutar por eles até ao fim.
Que Sá Pinto tem uma conjuntura a revelar popularidade para os próximos dois anos, sem duvida. Nem outra coisa seria de esperar com a base de apoio que tem da massa adepta (como nunca outro treinador do clube teve).
Que isso represente algo em termos de se conseguir uma sólida evolução qualitativa da equipa a longo prazo, não creio.
Um Benfica com o plantel recheado de qualidade futebolistica (embora não tão bem conjunturalmente para 2012/13) e um FCP a preparar em 2011/12 um regresso fortissimo em 2012/13, a resposta a dar pelo Sporting, para poder ser, efectivamente, um real candidato ao título, passava por uma consolidação da sua estrutura, para atacar com maior certeza conjunturas a contratar no defeso de 2012.
Isso não foi feito e voltamos a viver do curto prazo. Chega para um bom final de temporada 2011/12 (construído no trabalho realizado desde há um ano a esta parte)? Chega. Mas depois fica curto o prazo para chegar lá acima na próxima época.
Vamos esperar para ver. O futebol é a novela dos gajos.
Um abraço,