segunda-feira, outubro 14

Updating

Quase dois meses depois do ultimo post, voltamos para um update do SCP 2013/14. Um começo de temporada impressionante, em contraciclo com a conjuntura planetária de Leonardo Jardim a dois anos. Diagnósticos, em suma, para este semi-cataclismo previsional, são uma exigência do público em geral e de nós em particular.
 
Jesualdo Ferreira foi uma das conjunturas que, em tempos, comparámos com a de Jardim, para estas duas temporadas de 2013/14 e 2014/15 (com diferentes  matizes, há que dizê-lo) e, no entanto, a realidade presente é bem diferente para um e para outro.
 
Jesualdo vive um período de crise estrutural que o levará, é nossa convicção astrológica, ao despedimento durante a presente temporada. A diferença entre a crise estrutural, normalmente reflectida em aspectos tensos de saturno a posições natais, para outro tipos de crise, reflectidas por aspectos astrológicos mais duradouros,  é que levam menos tempo a refletir o seu potencial na realidade. Existe, em fundo, uma conjuntura que reflete um estado evolutivo geral e marcado num espaço temporal mais amplo, constituindo as aspectações de saturno a forma de tonalizar essa conjuntura mais larga. Neste caso, temos que dar marcha-atrás, parcialmente, na previsão feita para Leonardo Jardim para a presente temporada: não existe suficiente massa conjuntural tensa que possa, com elevado grau de certeza, indicar uma rescisão contratual, o que não obsta a tudo o que, para alem disso, ficou escrito.
 
O caso de Vítor Pereira é bem ilustrativo do processo a que fizemos referência no parágrafo anterior. Nas duas temporadas ao serviço do FCP, os trânsitos de saturno amolgaram-lhe a carapaça com crítica, desamor e subvalorização da parte de comentadores e adeptos. Hoje em dia, depois daquele golo de Kelvin e do campeonato conquistado, e agora que já existe um Paulo Fonseca para servir de comparação, poucos ousarão afirmar que a sua passagem pelo dragão foi um fracasso. Ou seja, com uma conjuntura duradoura de fundo fortíssima (e vitoriosa), os aspectos conjunturais tensos de Saturno mais não fizeram do que tornar as suas conquistas menos glamourosas, mas não o impediram de, hoje em dia, encher o peito quer na comparação com Fonseca, quer com Jorge Jesus.
 
O caso de Leonardo Jardim não é nem igual ao de Jesualdo Ferreira (uma vez que Saturno está muito fraco na temporada presente para o treinador do Braga, ao contrário do que sucede com Jardim), nem ao de Vítor Pereira nas temporadas em que treinou o FCP (porque Pereira tinha potencial vitorioso bem acima da média com a sua conjuntura de fundo, apesar de o Saturno lhe ter causado bem mais estragos do que o fará no caso de Jardim).
 
Na comparação de conjunturas com Jesualdo e Pereira, Leonardo Jardim fica a meio termo: Jesualdo tem quer um saturno em trânsito terrível, a bater, frustrar e enervar, mas tem também uma conjuntura de fundo a confirmar esse saturno (bom, na verdade, é mais ao contrário). Jardim tem um saturno "calminho", mas uma conjuntura de fundo a dois anos ao nível da de Jesualdo, quando o que seria preferível era ter uma conjuntura de fundo parecida com a de Vítor Pereira, a indicar, no fim das contas, vitória e sucesso.
 
Para já, a deflagração dessa realidade tarda, e ainda bem para a lagartagem, embora não seja isso que nos importa sublinhar. O que importa para hoje é constatar o valor de jardim a colocar a fasquia neste patamar de exigência, sendo capaz de a colocar bem acima das expectativas. 
 
O insucesso de Jardim terá como razão a fasquia que ele próprio conseguiu colocar, bem alta, com o seu trabalho e talento. O que chama a nossa atenção para a importância da estrutura do nativo, decisiva quando se pretende aferir da qualidade do trabalho realizado num determinado momento. Se quisermos comparar, esta é a diferença entre a estrutura de um treinador de qualidade com a de um treinador que não possui os instrumentos mínimos para exercer a profissão. Sá Pinto não os tinha, Leonardo já mostrou o que sabe fazer. Perante uma conjuntura complicada a dois anos, a vida irá correr-lhe menos bem, mas ninguém poderá duvidar de que sabe gerir uma equipa de futebol.
 
É a estrutura, menino!!!