El niño se faz hombre

Não que me pareça uma má aquisição a de Diego Forlan pelo Atletico Madrid. Seria melhor se tivesse acontecido há três épocas atrás, mas arrependimentos leva-os o vento. O que existe de extraordinário é que esta aquisição venha acompanhada pela venda de "El niño" Torres.

Em Dezembro 2005 falámos aqui do regresso dos fabulosos goleadores. Fabiano, Raúl, Pinilla e Torres entravam, a partir de 2006, numa nova fase conjuntural. Se Fabiano e Raúl concretizaram essa previsão, e se de Pinilla é melhor não dizer nem uma palavra, quanto a Fernando Torres mantemo-nos mais ou menos na situação ambigua em que a sua carreira sempre nos deixou.

Um jogador capaz de pormenores de grande nível, mas incapaz de uma produção continuada condizente com um jogador de topo. Ao ponto de, neste momento, muita gente duvidar de que algum dia Torres venha a ser o jogador que prometeu.

Pois bem, há várias maneiras de dizer isto, mas a mais correcta é a de que, nas próximas 3/4 épocas as melhores oportunidades conjunturais de Fernando Torres irão estar activas. Talvez só mostre alguns fogachos em 2007/08 (e acompanhado de algumas semi-críses pontuais), mas isso se comparado com o que mostrará nas temporadas seguintes.

Se Raul já atingiu o pico da sua carreira e terá tendência a caír paulatinamente a escada do olimpo futebolistico, Torres só agora entra verdadeiramente na alta roda que fará dele, no espaço temporal de 3 ou 4 anos, um membro de direito da elite do futebol mundial.

Não lhe falta nada para isso na sua conjuntura: Carisma, ambição desmedida, espírito de conquista e, claro, o que dá muito jeito a qualquer conjuntura planetária, um talento futebolistico ímpar.

Há que esperar mais um pouco, mas vem aí "El Niño", para sempre conhecido como aquele que teve de deixar o Atletico de Madrid para se fazer homem.